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Review – Resident Evil 2 Remake

Olá pessoal! Hoje lhes trago Resident Evil 2 Remake. Produzido e distribuído pela gigante Capcom. Após de mais de 20 anos, um dos mais queridos da série tem um retorno digno! (sim pode levantar o martelo dona Capcom!). Então deixa dá meia-noite, apaga luz, e vem ver esse review de lanterninha embaixo do cobertor…

Sendo um remake, uma releitura com a Capcom prefere descrever, ela teve o cuidado de desenvolver um título que agradasse saudosistas da velha guarda e novos jogadores, e de fato ela conseguiu equilibrar muito bem dose.

Resident Evil que amamos…

A história do game é basicamente a mesma do original. Apenas existem alguns acréscimos de documentos a serem lidos, informações e trechos ajustados a uma narrativa mais detalhada. A sensação de mudança fica mesmo é pelo apelo emocional dos personagens. Agora com a nova tecnologia é possível reparar nas incríveis expressões faciais, o coração batendo, a respiração ofegante após uma corrida, as lágrimas, o terror nos olhos, e gritos de desespero de vítimas de zumbis. Toda essa carga emocional, aliada a um volume de diálogos maior aumenta a  imersão e profundidade em uma história já contada.

Jogabilidade aprimorada…

O jogo usa a “RE Engine” desenvolvida pela Capcom, a mesma engine gráfica de Resident Evil 7 e Devil May Cry 5, uma engine um pouco parecida, mas mais aprimorada que a de RE 4, 5 e 6. Só aí já dá pra imaginar as diferenças na jogabilidade, como a câmera livre em um cenário 3D. Mas fora a câmera e a movimentação (que como ponto positivo,  ela não é exageradamente rápida como em RE6), tudo que você gostava vai estar lá. Conseguiram  harmonizar muito bem a nova jogabilidade do game com sua principal raiz: o medo.

Ambientes claustrofóbicos, escuros, revirados e mal iluminados, o museu-delegacia com suas artes antigas e estátuas lhe fitando, o trovões repentinos, os rangidos do chão de madeira, som de passos, os grunhidos desesperados batendo na janela do seu lado… A pouca munição que você tem é sua única amiga… Disparar no cadáver que está no chão e não ser surpreendido com uma mordida (e um mini-ataque-do-coração), ou atirar e desperdiçar 1 dos 8 tiros que você tem no morto que já está morto?

A reimaginação é bem feita o bastante para transformar absolutamente tudo, mas, ao mesmo tempo, manter todos os aspectos do original quase intocados. Todas as salas são diferentes, mas, ao mesmo tempo, tudo remete a 20 anos atrás, ao ponto de, muitas vezes, o jogador não reconhecer certos cenários, mas ficar impressionadíssimo quando, finalmente, percebe o local em que está. Haja coração para tanta emoção e carinho.

Chega a parecer mágico o trabalho de level design e jogabilidade feito para que todos esses elementos de encaixem de forma natural, mas sem soar que certas demandas são desnecessárias ou criadas apenas para adicionar gordura. Muito pelo contrário, o jogador deve ficar querendo mais quando se encontrar na inevitável posição de deixar o departamento de polícia de Raccoon City, ou intrigado com algumas salas que permanecem trancadas mesmo quando tudo já foi revirado.

Nostálgico…

RE2R trouxe tudo isso de volta, decisões de quando correr e quando lutar, quebra cabeças, o velho vai e volta de itens e destravamento de portas, a decisão do que levar no inventário para não deixar qualquer coisa útil para trás, ao mesmo tempo que é necessário levar cura e munição. Todos esses elementos estão lá. E mais alguns novos.

Quem joga Resident Evil desde sempre sabe que os mortos podem até ter voltado à vida, mas que alguns tiros são suficientes para dar cabo deles de vez. Não nesta versão, várias vezes você vai se surpreendendo o tempo todo com inimigos que levantam mesmo sem a pele e o músculo dos rostos, ou que continuam rastejando mesmo depois de terem sido reduzidos a cotocos.

Além também de algumas armas novas como submetralhadoras, além das clássicas. Mas de novo não se preocupe. Com a pouco munição disponível no game, ele não vai virar um game de tiroteio. Por falar nisso, a mecânica de tiro ficou muito desafiadora e também está pronta para testar os nervos do jogador. É preciso ficar firme por um tempo para conseguir “cravar a mira” no centro da retícula, então o jogador precisa manter o sangue-frio, esperar a mira ficar mais precisa e aí sim esvaziar os pentes de munição.

O tenso é que mesmo acertando os tiros na cabeça, é raro uma bala abrir a caixa craniana e resolver a questão em definitivo. Na grande maioria das vezes você vai precisar dar 4, 5 ou até mais tiros até derrubar um zumbi, e muitas vezes essas quedas não querem dizer que o monstro foi abatido. Não é raro você ser surpreendido por um zumbi que você achou que tinha abatido e que aparece de surpresa nas suas costas, de novo.

Inimigos mais pertubadores…

Com o surgimento de criaturas mais poderosas, o jogador se depara com situações em que não é capaz de derrotar os monstros que surgem, e o Mister X (ou Tyrant modelo T-103, se preferir) se tornou o trecho mais duro do jogo, na minha experiência. Mantendo o estilo do game original, o Mister X é um inimigo imbatível e que não deixa nenhuma outra alternativa ao jogador além de fugir, e agora sem mais as limitações técnicas que forçavam carregamentos em cada troca de ambiente, a famigerada arma biológica da Umbrella Corporation consegue perseguir o jogador por múltiplas salas e corredores, sempre acompanhado de seus passos pesados ecoando pelo piso.

Mesmo depois de fazer ele perder seu rastro, a qualquer momento vocês podem se encontrar na delegacia novamente, já que ele fica circulando pelo mapa, criando uma nova camada de preocupação para jogador. Sem as limitações do game de 98, agora zumbis também conseguem avançar para ambientes diferentes, então se ouvir pancadas na porta, esteja pronto que em breve terá companhia.

Raccoon City…

 Com o jogo original lançado para o primeiro Playstation, é óbvio que um dos primeiros objetivos do remake é atualizar Raccoon City e seus monstros dos gráficos da era dos 32-bit para a última geração de consoles. Felizmente o trabalho da Capcom foi excelente nesse aspecto. Os cenários ganharam uma grande densidade de detalhes, enquanto os personagens tem um bom nível de expressividade. Assim como aconteceu em Resident Evil 7, especialmente nas cenas em que há closes nos rostos, dá para ver expressões faciais um tanto estranhas e um jeitão meio “de boneco” em alguns personagens, mas tirando esses curtos momentos, os gráficos estão em um excelente nível.

O grande destaque vai para o uso intensivo de efeitos de luz e sombra. Foi feito um ótimo trabalho para que as sombras trouxessem expressividade aos cenários, compostos em sua maioria por contrastes muito marcados por luzes fortes e sombras muito duras. O jogador vai precisar muitas vezes ficar direcionando sua lanterna para os cantos escuros dos cenários para encontrar caminhos e itens. Se você fizer o ajuste certinho de seu monitor, terá na falta de luminosidade dos cenários um desafio adicional, além de tomar eventuais sustos com sombras que você mesmo está criando com a lanterna.

Os monstros também ganharam uma atualização de qualidade, com uma boa variedade de zumbis e criaturas surgindo no seu caminho. Eventualmente dá para ver alguns modelos repetidos nos zumbis, mas não é suficiente para comprometer a experiência ou ficar excessivamente repetitivo. A animação está excelente e muito orgânica, então é comum ver um zumbi esbarrando em um objeto, perdendo o equilíbrio ou cambaleando em um padrão inconstante em sua direção, algo que além do visual horripilante torna mais difícil acertar os tiros.

Visualmente impecável…

Essa qualidade gráfica é indispensável para criar a imersão desse jogo. As criaturas grotescas difíceis de serem vistas, os cenários escuros, claustrofóbicos e semi-destruídos e a riqueza de detalhes nos ambientes tornam a experiência verossímil, passo indispensável para uma boa história de terror. Os gráficos deixam o caminho pronto para que o gameplay crie a tensão que vai fazer companhia para o gamer o tempo todo.

Parte importante da ambientação do jogo são os efeitos sonoros. Ao longo do gameplay, a Capcom foi bastante parcimoniosa no uso de trilhas, deixando músicas apenas para trechos mais dramáticos como perseguições e principalmente para ampliar a intensidade das cutscenes. Durante a partida, porém, não há praticamente música rolando, pois o áudio é tomado pelo sons do passo do jogador e por barulhos de zumbis e monstros ao fundo.

É indispensável prestar atenção aos sons pois na maioria das vezes você vai primeiro ouvir e depois ver a próxima coisa que irá lhe agredir. O som é muito usado para indicar quando uma criatura está prestes a entrar no ambiente onde você está, seja pelo som de pancadas nas janelas e portas ou som de passos no caso dos monstros inteligentes o bastante para abrir portas. Com o campo de visão tão limitado, ouvir a aproximação de um zumbi pode ser a única forma de escapar de um ataque surpresa pelas costas.

O trabalho de dublagem está excelente, porém infelizmente o game não recebeu uma versão em português brasileiro para as vozes. Ainda bem que o game está todo legendado para o português, então mesmo quem não manja de línguas estrangeiras vai poder acompanhar a história e, principalmente, ler as instruções nos menus e também nos itens que vai encontrando no jogo, algo indispensável para conseguir avançar.

Existe uma opção no game, na parte de jogabilidade, que é possível selecionar pelos sons clássicos do menu de itens e documentos, e também a clássica música da sala segura. Chega a rolar uma lagriminha pela nostalgia ^^.

O game assim como o original, mesmo como o leva e trás de itens, é um game direto e relativamente curto, diferente dos jogos sand-box de hoje em dia que há dezenas de missões secundárias (muitas totalmente vazias). Cada cenário (A e B) de Leon e Claire leva cerca de 5 a 6 horas, num “first run”. Mas assim como antigamente, esse tempo cai bastante em uma 2 jogada. Você já conhece o caminho, os puzzles e a “tensão” já foi diminuída. Mesmo assim, o jogo por seu capricho imenso, agora com vários trajes para Leon e Claire, tem um valor de replay bastante alto.

Resumindo…

A Capcom conseguiu entrar na nova geração o que seus fans realmente queriam. Um game survival-horror. Mas seja você da velha guarda de RE 1,2,3 e Veronica, ou começou lá pelo RE 4, 5  e revelations, com certeza aproveitará e reimaginação dessa obra prima.

Por Emerson Alves

Nota:9,o

 

Eduardo Lino

Eu sou o criador do Site Gamer Spoiler. Jogo video-games desde sempre, atualmente tenho um Nintendo 3DS, um Nintendo Switch e um Xbox One. Apaixonado por animes e Cachorros. Quem quiser me add na Live: EDU4RDO_H

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