Reviews

Review – The Elder Scrolls IV: Oblivion Remastered

Lembram de 2005? Uma época mais simples, talvez, mas que nos deu um clássico absoluto dos RPGs: The Elder Scrolls IV: Oblivion. Quem jogou na época sabe do que estou falando: aquele mundo aberto gigantesco de Cyrodiil, cidades cheias de vida (e de NPCs com diálogos memoráveis, pra não dizer outra coisa), missões secundárias que te prendiam por horas e um combate que, pra época, era bem diversificado. Podia ser mago, guerreiro, ladrão… ou tudo junto!
 
Agora, em pleno 2025, vivemos a era dos remasters e remakes. Tudo que fez sucesso no passado parece ganhar uma nova roupagem. E aí surge a pergunta: Oblivion precisava mesmo de um remaster? Com The Elder Scrolls VI anunciado (e demorando uma eternidade pra chegar, diga-se de passagem), será que a Bethesda não deveria focar todos os esforços no novo capítulo?
 
Bom, polêmicas à parte, o fato é que The Elder Scrolls IV: Oblivion Remastered está entre nós. E olha, preciso admitir: o clássico está de volta e visualmente… uau! Pra quem nunca teve a chance de explorar Cyrodiil na época do PS3/Xbox 360, é uma oportunidade de ouro. Mas nem tudo são flores no paraíso imperial. Já adianto que o desempenho… bem, digamos que ele sofre um bocado pra manter a beleza em dia.

Mas será que a Bethesda fez a escolha certa ao trazer Oblivion de volta assim? Vale a pena revisitar esse clássico com cara nova, mesmo com os problemas? Chega mais que te conto tudo sobre essa viagem nostálgica (e um tanto problemática) por Cyrodiil!

História…

A trama de Oblivion te joga bem no meio do furacão em Cyrodiil, o coração do império de Tamriel. Logo de cara, o Imperador Uriel Septim VII bate as botas (assassinado, claro, porque em Tamriel a paz dura pouco) e, pra piorar, não deixa herdeiros conhecidos no trono. Isso já seria ruim o suficiente, mas a coisa fica feia mesmo quando os cultistas malucos chamados a “Mythic Dawn”, começam a abrir portais para Oblivion, uma dimensão demoníaca liderada pelo príncipe Daédrico Mehrunes Dagon. O objetivo deles? Trazer o caos e a destruição para Tamriel, começando por Cyrodiil.
 
É aí que você entra, um prisioneiro qualquer (como manda a tradição da série) que, por sorte ou destino, acaba cruzando o caminho do Imperador pouco antes da morte dele. Ele te confia o Amuleto dos Reis e a missão de encontrar o último herdeiro perdido para reacender as Dragonfires e fechar os portões de Oblivion de vez. Simples, né? Só que não.
A campanha principal te leva numa corrida contra o tempo pra salvar o mundo, mas o brilho de Oblivion sempre esteve também nas suas inúmeras missões secundárias. As guildas (Guerreiros, Magos, Ladrões e a sinistra Dark Brotherhood) estão lá, cada uma com suas próprias tramas complexas e recompensas. Explorar ruínas Ayleid, resolver mistérios locais, ajudar cidadãos… tem coisa pra fazer por centenas de horas.
 
E o legal é que suas ações realmente importam. Suas escolhas em diálogos e missões moldam seu caminho e a percepção que os NPCs têm de você. O jogo tem um sistema de reputação (Fama e Infâmia) que afeta como as pessoas reagem à sua presença. Ser um herói aclamado abre portas, enquanto ser um fora-da-lei notório pode tornar as coisas bem mais difíceis (ou interessantes, dependendo do ponto de vista). Essa sensação de que o mundo reage às suas escolhas é um dos pontos altos que o remaster, felizmente, preserva.

Gameplay…

Vamos falar da jogabilidade de Oblivion Remastered. Uma das grandes sacadas do original, e que continua aqui, é a liberdade de customização. Você não fica preso a uma classe fixa; pode moldar seu personagem como quiser, escolhendo atributos principais e desenvolvendo habilidades (seja na espada, na magia, na furtividade, etc.) conforme joga. Quer ser um guerreiro arcano que usa armadura pesada e lança bolas de fogo? Pode. Um ladrão que também é mestre em restauração? Também pode. Essa flexibilidade é um dos charmes da série Elder Scrolls e continua sendo um ponto forte.
 
Mas… aí vem o “mas”. Não dá pra negar: a jogabilidade de Oblivion, mesmo remasterizada, carrega o peso dos seus quase 20 anos. É um sistema de 2005, e isso fica evidente. Os controles podem parecer meio desengonçados, especialmente pra quem está acostumado com RPGs de ação mais modernos. A movimentação dos personagens, tanto do seu quanto dos NPCs, às vezes é meio estranha, quase robótica, e as reações em combate podem ser imprevisíveis.
 
O combate físico, em particular, sofre um bocado. A câmera, principalmente em terceira pessoa (que eu particularmente prefiro pra ter uma noção melhor do espaço), nem sempre colabora, dificultando o posicionamento e a leitura dos ataques inimigos. O jogo tenta ser um RPG de ação, mas falta aquele refinamento no sistema de combate. Não tem a fluidez de um Skyrim (que já não era perfeito) ou a precisão de um soulslike. Muitas vezes, parece que você depende mais da sorte e de explorar alguma brecha na IA inimiga do que de habilidade pura.
 

Claro, você ainda tem a opção de jogar em primeira pessoa, o que pode ajudar um pouco na imersão e na mira com arcos ou magias. Mas, no geral, a jogabilidade é funcional, te permite fazer tudo que o jogo propõe, só que ela definitivamente mostra sua idade e pode frustrar jogadores que esperam algo mais polido.

Exploração…

Explorar Cyrodiil sempre foi uma das melhores partes de Oblivion, e o remaster mantém isso. O mapa é gigantesco, cheio de castelos imponentes, cavernas escuras, catacumbas assustadoras e ruínas Ayleid misteriosas. Tem muito lugar pra enfiar o nariz e descobrir segredos, itens escondidos ou simplesmente se maravilhar com a paisagem (que agora está bem mais bonita, justiça seja feita).
 
O problema é que, assim como no original, muitas dessas dungeons (cavernas, fortes, ruínas) são meio… labirínticas e repetitivas no design. É fácil se perder lá dentro, andando em círculos por corredores parecidos, o que pode ser um pouco frustrante depois de um tempo. A variedade visual externa não se reflete tanto nos interiores.
 
Mas o verdadeiro calcanhar de Aquiles do remaster está no desempenho durante a exploração. Quando você está lá no meio do mato, longe da muvuca, com poucos NPCs ou monstros por perto, o jogo roda lisinho, uma beleza. Os 60fps (ou perto disso) são constantes e a experiência é fluida. O problema é quando você chega nas cidades grandes, como a Cidade Imperial ou Skingrad. Aí, meu amigo, a coisa desanda.
 
As quedas de frame rate são brutais. O jogo engasga, a taxa de quadros despenca e a sensação de fluidez vai pro espaço. E não é só isso: bugs visuais pipocam por toda parte. NPCs e itens aparecem do nada na sua frente (o famoso pop-in), texturas demoram pra carregar, a renderização de objetos acontece na sua cara… É uma bagunça que quebra totalmente a imersão. Parece que a Bethesda caprichou tanto nos gráficos que esqueceu de otimizar o jogo pra aguentar o tranco, especialmente nas áreas mais povoadas.
 

É uma pena, porque o trabalho visual é realmente impressionante, mas ele vem ao custo de um desempenho muito instável que prejudica a experiência. Além dos problemas de performance, ainda temos os bugs clássicos da Bethesda, alguns herdados do original e outros talvez novos. Já me deparei com missões que simplesmente não avançavam por causa de opções de diálogo bugadas. É o tipo de coisa que te faz querer jogar o controle na parede.

Resumo: Vale a pena?

Então, chegamos à pergunta de um milhão de septims: vale a pena encarar Oblivion Remastered? A resposta não é simples. Por um lado, temos um clássico absoluto dos RPGs, com um mundo fascinante, quests memoráveis e uma liberdade incrível, tudo isso com um banho de loja visual que deixa Cyrodiil mais bonita do que nunca. Para quem nunca jogou o original, é a chance de conhecer essa pérola.
 
Por outro lado, não dá pra ignorar os problemas. A jogabilidade, apesar de funcional, é datada e pode frustrar. E os problemas de desempenho são graves, chegando a comprometer seriamente a experiência nas cidades e em momentos mais intensos. Os bugs, velhos conhecidos da Bethesda, também marcam presença.
 
Se você é um fã nostálgico de Oblivion e consegue relevar a jogabilidade antiga e os (muitos) problemas técnicos em troca de ver Cyrodiil em alta definição, talvez encontre valor aqui. Mas se você espera um remaster polido, com melhorias significativas além dos gráficos e um desempenho estável, é melhor ir com calma. A Bethesda entregou um clássico com roupa nova, mas esqueceu de consertar os buracos no tecido.

Bom, com Ressalvas…

The Elder Scrolls IV: Oblivion Remastered é um caso clássico de “ame ou odeie”. Traz de volta um RPG lendário com um visual renovado que impressiona, mas tropeça feio na otimização e mantém uma jogabilidade que sente o peso da idade. Se a nostalgia e os gráficos falarem mais alto e você tiver paciência com os problemas técnicos, a viagem a Cyrodiil pode valer a pena. Caso contrário, talvez seja melhor esperar por um patch… ou pelo Elder Scrolls VI.

Review - The Elder Scrolls IV: Oblivion Remastered

Visualmente impressionante - 9
Mundo rico e quests clássicas - 8
Nostalgia pura - 8
Construa Builds versáteis - 7.5
Desempenho muito instável - 6.5
Jogabilidade datada - 6
Dungeons repetitivas - 6
Bugs persistentes - 5

7

Bom!

The Elder Scrolls IV: Oblivion Remastered é um caso clássico de "ame ou odeie". Traz de volta um RPG lendário com um visual renovado que impressiona, mas tropeça feio na otimização e mantém uma jogabilidade que sente o peso da idade.

Mostrar mais

Eduardo Lino

Olá, Eu sou o Edu! Sou o criador do portal de notícias Gamer Spoiler. Apaixonado por games desde pequeno e jornalista nas horas vagas!

Quer trocar uma ideia comente aqui

Botão Voltar ao topo