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Review – Mandragora: Whispers of the Witch Tree

Mandragora: Whispers of the Witch Tree é um RPG de ação em 2.5D desenvolvido pelo estúdio húngaro Primal Game Studio, conhecido por sua dedicação a experiências imersivas e desafiadoras. O jogo combina de forma inteligente elementos de Metroidvania e Soulslike, entregando uma jornada sombria que exige tanto precisão nos combates quanto atenção à narrativa densa.

Com uma estética gótica cuidadosamente pintada à mão e uma trilha sonora orquestral atmosférica, Mandragora promete uma experiência singular para os fãs de jogos difíceis e histórias profundas, repletas de escolhas morais e consequências narrativas.

História…

A narrativa de Mandragora é envolvente e cheia de nuances, ambientada no reino decadente de Faelduum, um mundo corrompido por uma força sobrenatural conhecida como Entropia. Nesse cenário onde a esperança se esvai lentamente, o jogador assume o papel de um Inquisidor marcado por um passado sombrio. Após a execução brutal de uma bruxa durante um interrogatório, o protagonista recebe uma missão do Clérigo Rei: caçar outras bruxas e trazê-las vivas, numa cruzada que logo revela dilemas morais e verdades obscuras.

Escrita por Brian Mitsoda, renomado por seu trabalho em Vampire: The Masquerade – Bloodlines, a trama aborda temas como opressão religiosa, fanatismo, arrependimento e sobrevivência. As escolhas feitas ao longo da campanha não são meramente estéticas — elas afetam o curso da história, influenciam o destino de personagens secundários e levam a múltiplos finais, reforçando o valor da rejogabilidade.

Um dos elementos centrais da narrativa é a Lanterna da Bruxa, um artefato que permite ao protagonista transitar entre o mundo real e o plano corrompido da Entropia. Esse dispositivo não apenas altera a percepção do ambiente e revela caminhos ocultos, mas também oferece acesso a segredos antigos e criaturas perigosas, conectando diretamente a exploração e o enredo.

O jogo está completamente localizado para o português brasileiro, incluindo menus, legendas e dublagem, o que fortalece a imersão e torna a experiência mais acessível para o público nacional.

Gameplay…

Mandragora se destaca pela sua jogabilidade precisa e pelo alto nível de desafio. O combate exige domínio de tempo, leitura de padrões e reações rápidas — mecânicas que lembram fortemente os clássicos Soulslike. Esquivas, bloqueios e ataques calculados são essenciais para sobreviver a encontros muitas vezes brutais. A sensação de recompensa após cada vitória é amplificada pela dificuldade bem ajustada.

O jogo oferece seis classes jogáveis, cada uma com características únicas e estilos distintos:

  • Vanguard: Foco em força bruta, utiliza armaduras pesadas e escudos para combate corpo a corpo.
  • Flameweaver: Conjura magias de fogo combinadas com ataques físicos rápidos.
  • Spellbinder: Especialista em magia caótica, causando alto dano à distância.
  • Nightshade: Mestre da furtividade e venenos, ideal para abordagens rápidas e letais.
  • Wyldwarden: Canaliza a energia da natureza para invocar criaturas e controlar o campo de batalha.
  • Vindicator: Guerreiro sagrado que mescla ataque com suporte, capaz de curar e fortalecer aliados.

A árvore de talentos é extensa e rica, com mais de 200 habilidades desbloqueáveis, permitindo uma profunda personalização do estilo de jogo. O jogador pode criar builds híbridas inovadoras, adaptando-se aos desafios do mundo ou experimentando novas abordagens durante a campanha.

Os pontos de salvamento, inspirados nas fogueiras de Dark Souls, servem como locais de descanso e progressão. É neles que o jogador pode aprimorar seus atributos usando as essências coletadas de inimigos. A morte, embora punitiva, é justa: as essências podem ser recuperadas se o jogador conseguir retornar ao local onde tombou.

A campanha principal oferece aproximadamente 20 horas de jogo, podendo ultrapassar esse tempo com o conteúdo adicional oferecido pelo modo New Game+, que inclui novas missões, áreas secretas, NPCs inéditos e chefes opcionais, estendendo significativamente o valor de repetição.

Exploração…

A exploração em Mandragora é um dos seus pontos mais fortes. O mundo é coeso e interconectado, desenhado para recompensar a curiosidade e o retorno a áreas previamente inacessíveis após a obtenção de novas habilidades — uma característica marcante do gênero Metroidvania.

Há inúmeros caminhos secretos, atalhos ocultos e zonas opcionais que oferecem recompensas valiosas, como armas lendárias, armaduras raras, materiais para aprimoramento e registros que aprofundam o lore do universo. A sensação de descoberta é constante e reforçada por um design de mapa que equilibra bem o direcionamento com a liberdade do jogador.

Alguns desafios de plataforma e armadilhas ambientais exigem habilidade e timing, adicionando variedade à exploração e criando momentos memoráveis ao encontrar baús escondidos ou áreas que apenas jogadores atentos conseguirão acessar.

Gráficos…

Visualmente, Mandragora impressiona. Sua direção de arte gótica, com ambientes pintados à mão, cria uma atmosfera melancólica e misteriosa. Cada cenário — de florestas assombradas a ruínas decadentes — é detalhado com cuidado, com uso eficaz de luz e sombra que reforça o tom sombrio da narrativa.

Contudo, o design de inimigos e chefes, embora funcional, carece de criatividade em alguns casos. Muitas criaturas se assemelham a arquétipos já explorados em outros jogos do gênero, o que reduz o impacto de alguns confrontos. Ainda assim, os efeitos visuais dos feitiços e ataques especiais são bem elaborados e contribuem para a sensação de poder e impacto durante as batalhas.

Conclusão…

Mandragora: Whispers of the Witch Tree é uma adição robusta ao universo dos jogos Soulsvania, unindo o desafio brutal do combate preciso a uma história envolvente e madura. Sua estética gótica, trilha sonora envolvente, sistema de progressão profundo e mapa interconectado fazem dele uma experiência memorável.

Apesar de pequenos deslizes no design de inimigos, o jogo se destaca pelo conjunto da obra, oferecendo algo especial tanto para os veteranos do gênero quanto para os novos jogadores dispostos a encarar um desafio de verdade. Mandragora é altamente recomendado para jogadores que buscam um RPG de ação sombrio, com profundidade narrativa, combate exigente e um mundo denso a ser explorado.

Review – Mandragora: Whispers of the Witch Tree

Jogabilidade refinada e desafiadora. - 8.5
Variedade de classes e possibilidades de personalização. - 8.5
Mundo interconectado com exploração rica. - 8
Excelente localização para o público brasileiro - 8
Inimigos e chefes pouco criativos em termos visuais. - 7.5
Falta de inovação gráfica em relação a outros jogos independentes de destaque. - 7.5

8

Muito Bom!

Apesar de pequenos deslizes no design de inimigos, o jogo se destaca pelo conjunto da obra, oferecendo algo especial tanto para os veteranos do gênero quanto para os novos jogadores dispostos a encarar um desafio de verdade. Mandragora é altamente recomendado para jogadores que buscam um RPG de ação sombrio, com profundidade narrativa, combate exigente e um mundo denso a ser explorado.

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Eduardo Lino

Eu sou o criador do Site Gamer Spoiler. Jogo video-games desde sempre, atualmente tenho um Nintendo 3DS, um Nintendo Switch e um Xbox One. Apaixonado por animes e Cachorros. Quem quiser me add na Live: EDU4RDO_H

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