Reynatis

O que você ganha quando mistura Kazushige Nojima (escritor de Final Fantasy 7), Yoko Shimomura (compositora de tantos jogos que é difícil escolher qual colocar aqui) e a FuRyu (desenvolvedora de vários RPGs como Legend of Legacy)? Um Action RPG com uma história profunda e visuais e músicas incríveis! Mas será que esse pacote não tá suspeito demais? Vamos ver!

História…

Reynatis se passa em uma versão contemporânea da cidade de Shibuya, um dos distritos mais icônicos de Tóquio. Nesse universo, bruxos e bruxas vivem às vistas do público, enquanto instituições mágicas elitistas lutam por influência e poder. Entre essas lutas políticas e sociais, as drogas mágicas emergem como uma ameaça crescente, causando caos na população e expondo uma face sombria da coexistência mágica.

Os protagonistas são:
– Sari Nishijima: Uma jovem determinada a restaurar a paz e a ordem no mundo mágico, movida por um forte senso de justiça.
– Marin Kirizumi: Um bruxo ambicioso que deseja se tornar o mais poderoso mago do mundo, às custas de alianças e até mesmo da sua humanidade.

Essa dupla aparentemente oposta conduz a narrativa dividida em duas linhas que frequentemente se cruzam, revelando conspirações e um submundo sombrio. Apesar de prometer uma experiência narrativa complexa, Reynatis falha em evitar clichês e tropes comuns, deixando a história previsível em muitos momentos e os personagens pouco marcantes.

Gameplay

O sistema de combate segue a linha de outros Action RPGs. Durante as batalhas, você pode controlar vários personagens, cada um com habilidades únicas que combinam magias e ataques físicos. É possível criar combos e estratégias diversificadas, mas a falta de inovação no design do combate faz com que ele se torne repetitivo após algumas horas de jogo. 

Exploração

O gameplay se divide entre duas partes principais:
1. Exploração de Shibuya: A cidade serve como o hub principal, onde você pode conversar com NPCs, desbloquear missões secundárias, encontrar itens e preparar-se para dungeons. Shibuya foi recriada com um nível respeitável de detalhe visual, destacando-se como uma representação fiel e estilizada do distrito real.

2. Dungeon Crawling: As dungeons apresentam desafios simples, como monstros para derrotar e armadilhas para evitar. Além disso, os eventos principais da história geralmente ocorrem nesses cenários. Contudo, a linearidade e a falta de complexidade dos dungeons reduzem a sensação de exploração e descoberta.

Trilha Sonora e Visual

Yoko Shimomura mais uma vez brilha ao compor uma trilha sonora imersiva e emocional, que eleva os momentos mais intensos da narrativa. A trilha é, sem dúvida, um dos maiores destaques do jogo.

No quesito gráfico, Reynatis combina visuais estilizados com um toque moderno e chamativo, especialmente na representação de Shibuya. No entanto, a transição para o Nintendo Switch foi problemática, e a performance sofre de quedas de FPS frequentes e stutters, prejudicando a imersão.

Conclusão

Em sua essência, Reynatis é um Action RPG que tenta combinar uma equipe de elite e ideias ambiciosas, mas peca na execução. Embora conte com uma trilha sonora memorável, visuais atraentes e gameplay funcional, sua história repleta de clichês, combate repetitivo e a performance instável na versão de Switch impedem o jogo de alcançar seu potencial total. Com tantas opções excelentes no gênero, Reynatis acaba sendo uma experiência mediana recomendada apenas para fãs ardorosos de RPGs… e se estiver em desconto.