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Review – Assault Spy

Olá pessoal! Hoje lhes trago Assault Spy. Desenvolvido pela Wazen e distribuído pela NIS América, inicialmente o primeiro título da desenvolvedora foi disponibilizado em acesso antecipado na Steam em 7 de maio de 2018. Assault Spy foi lançado oficialmente no dia 2 de outubro de 2018.

O game, categorizado na Steam nos gêneros Ação e Indie, conta com batalhas no estilo hack and slash e uma temática corporativa e tecnológica, onde o jogador deve enfrentar robôs de segurança para avançar em seu objetivo. Assault Spy oferece “duas campanhas diferentes” e está disponível para aquisição via Steam (Windows) e ainda não tem previsão de chegada para outras plataformas.

História…

No quesito enredo, nada muito profundo, um enredo nada inovador, previsível e bastante clichê até. Ele se salva pelos diálogos dos personagens, que são bastantes divertidos e expressivos durantes as cutscenes com artes 2D. Personagens que por sua vez todos parecem ter saído de um anime de comedia, tanto heróis quanto vilões tem personalidades típicas de animes, como a menina bonita e burrinha, o protagonista certinho com cara de virgem, o badass que dá um monte de bola fora, a femme fatale que não dá bola pra ninguém, etc,

O jogador assume o controle de Asaru Vito, um espião de uma corporação misteriosa em “Japam” sempre acompanhado de Kanoko Yotsuba, uma aprendiz descuidada que sempre acaba atrapalhando o serviço de Asaru e denegrindo o nome dele na empresa. Sempre que o espião tenta explicar a situação para o seu chefe, ele acaba repreendido com lições de que deveria ser um bom tutor ao invés de reclamar de sua aprendiz.

No começo do jogo, os personagens parecem um tanto quanto genéricos e desinteressantes, mas a relação de cada um deles (apesar de clichê) concede ao enredo um nível balanceado de complexidade. A trama principal começa quando Asaru recebe a missão de infiltrar e coletar informações sigilosas de uma mega corporação global de inteligência artificial de segurança chamada Negabot.

Chegando lá, Asaru e Kanoko se deparam com uma confusão: os robôs de segurança da empresa estavam expulsando todos funcionários, que acabavam de ser demitidos. Após defender os funcionários de alguns robôs na entrada principal do prédio, Asaru e Kanoko são confundidos com agentes do governo e convenientemente instruídos a entrar.

Já dentro da recepção/hall principal da empresa, duas figuras que se identificam por Mr. Showtime (homem misterioso e mudo) e Chidori realizam um comunicado no telão, oficializando a demissão em massa e declarando-se os novos donos da Negabot. Ambos passam a ser considerados terroristas.

Logo depois de enfrentarem outro grupo de robôs, Asaru e Kanoko são abordados por um robô controlado pela professora Irene Yoneda, diretora da empresa que conta com a ajuda dos protagonistas para expulsar a dupla de terroristas do prédio. Porém, eles se encontram em uma das salas mais seguras da empresa, e o jogador tem de coletar um total de quatro permissões (três delas espalhadas por três estágios diferentes) para alcançá-los.

Obviamente, a dupla de terroristas faz de tudo para impedir que isso aconteça, enquanto também tentam adquirir um “código supremo” de administração que permite controlar todos os robôs de segurança criados pela Negabot e espalhados pelo mundo. Apesar de terem caído na situação de paraquedas, Asaru considera o ocorrido uma oportunidade de coletar as informações sigilosas que procura e decide ajudar Yoneda, esbarrando com alguns outros personagens no processo.

Enquanto o enredo conta com uma boa construção de detalhes e uma porção satisfatória de humor e de surpresas, existem também algumas falhas. Kazama (personagem que atua como uma espécie de rival de Asaru) e o próprio Mr. Showtime não recebem muita atenção. As características de Mr. Showtime não são justificadas, e a história de Kazama é um mistério. Vale notar que uma cutscene no final da campanha de Asaru supõe uma expansão, atualização ou um próximo jogo da franquia.

Na campanha de Amelia (desbloqueada após encontrá-la na campanha de Asaru), uma agente “Mamericana” da CIA, a maioria dos papéis assumidos na história se invertem, e o enredo se torna praticamente um filme da sessão da tarde. Apesar de não ser o enredo canônico, trata-se de uma fonte de risadas para quem já se acostumou às características comuns de cada personagem.

Gameplay…

No quesito gameplay, temos um Hack and slash bem padrão: Golpes fracos, fortes, pulos, dash e evades. Asaru possui como “armas” principais uma pasta de trabalho que vira seu laptop e atira seus cartões de visita. As batalhas  repetitivas com inimigos pouco variados, combos abusivos e derrotas pouco significantes. Asaru tem 5 unidades de vida, que quando esgotadas, retornam o jogador ao último checkpoint.

Ao mesmo tempo em que os checkpoints são muito frequentes e a punição por ser derrotado é praticamente insignificativa, a invencibilidade concedida ao jogador após ser atingido por um golpe é praticamente nula. Isso faz com que séries de cinco projéteis ironicamente acabem com o jogador de uma vez só (ao menos quando um inimigo não morre acidentalmente e um refrigerante misteriosamente desliza até você).

As salas do prédio, em sua maioria, são compostas por no máximo uma ou duas batalhas cada. Não é possível avançar para outras salas sem entrar em batalha e/ou sem derrotar todos os oponentes presentes nela. Os inimigos variam entre celulares carregando armas (que muito provavelmente expressam 75% dos oponentes presentes no jogo), cones ambulantes, patinetes Segway, drones e robôs de limpeza. Apesar de cada um deles terem sim suas próprias habilidades, o jogador não tem de adaptar o seu estilo de jogo para ir bem nas batalhas.

Os inimigos mais interessantes são os drones (que tem de ser derrubados pelo arremessar de cartões de visita de Asaru ou pela pistola de Amelia), as versões mais fortes dos celulares carregando armas (uma espécie de mecha) e os chefes, denominados de Officers. Infelizmente os drones aparecem tão frequentemente que se tornam irritantes, as versões mais desafiadores dos smartphones são muito raras e as batalhas contra os chefes ainda acabam por ser fáceis demais.

Boa parte do problema da dificuldade do jogo parte do sistema de combos. No início da aventura de Asaru, o personagem praticamente não tem combos para executar. Conforme o jogador completa batalhas, o protagonista ganha pontos de habilidade para gastar em pontos de Wi-Fi gratuito (extremamente frequentes, inclusive), além de utensílios desbloqueados ao longo da história como o guarda-chuva e o relógio de Overclock.

As lutas se tornam muito mais frenéticas e interessantes conforme o jogador progride, até que isso também se torna um problema. A jogabilidade de Amelia, por sua vez, incentiva combinações maiores de armas diferentes e seus ataques básicos e do especial da personagem, desta forma apresentando menos combos desbloqueáveis.

Controlando Amelia, o jogador deve aproveitar frames de invencibilidade e ser mais agressivo. Apesar de acabar por ser uma abordagem interessante e diferente das mesmas batalhas (em sua maioria) de Asaru, a chance de que o jogador queira completar a campanha dela ou até mesmo os modos alternativos depois de enfrentar tantos problemas é baixa.

Gráficos datados…

Quanto ao quesito gráficos, temos aqui algo meio estranho. Os modelos 3D dos personagens   não são muito bem feitos, e em contraste com o cenário semi-realista, eles ficam parecendo umas action figures meia boca. Em contrapartida, os modelos de 2D dos diálogos são extremamente bonitos, bem expressivos, e com a narrativa cômica do game, dá até pra que se fosse feito um anime ^^.

Quando se fala em gráfico, pode-se falar também em performance. Aqui vai um ponto bem negativo do jogo. Está bastante mal otimizado. Mesmo em um PC bem acima do recomendado, há quedas grandes de frames, até fora de combate existe uma queda em alguns momentos. Jogar com o Shadow quality no máximo é impossível para um I7 8800K com uma GTX 1080 !!!

Quanto ao quesito som, temos um trabalho ok. Eles respondem bem no combate, não tem atraso, mas também não há uma variedade muito dele. Um destaque positivo para a dublagem em inglês nesse tipo de jogo. E outro pela qualidade geral dela. Bem empenhados os dubladores, com boa sincronia na transição dos CG’s.

Bugs…Sim! Bugs…

Quantos aos bugs… Bem Assault Spy não escapou deles, inclusive  possui alguns recorrentes, que acontecem sempre quando você faz uma certa sequencia perto da parede. Ficar parado preso, e atravessar algum elevador, que deveria lhe levar ao próximo estagio falhar e você ficar dando volta por trás do cenário não são tão raros… Talvez alguns updates futuros possam corrigir esse falhas e melhorar a performance do game.

Outro ponto bastante negativo é seu preço: R$ 57,99 (e R$ 65,44 na versão Elite Spy, que nada mais é que o jogo base + sound track). Para um jogo com um gameplay com pouquíssimo  oferecimento em questão de novidade, onde o gameplay da campanha principal dura 4/5 horas (e isso porque enrola com uma quantidade bem repetitiva de lutas obrigatórias), acaba sendo um preço   bastante alto, sendo um game passável, onde seria melhor esperar seu preço baixar, ou pegar em uma promoção.

Resumindo…

Pra finalizar, Assault Spy não trás nada de novo para o mundo do hack and slash, algumas cenas bem humoradas e com uma arte bastante chamativa, mas devido a alguns bugs e problemas bem significativos de performance,ele não chega ser nem de longe um game obrigatório, mas com algumas correções que os devs devem fazer ao longo do tempo, em uma promoção, podem valer a pena de se testar o game.

Nota: 6,5

Eduardo Lino

Eu sou o criador do Site Gamer Spoiler. Jogo video-games desde sempre, atualmente tenho um Nintendo 3DS, um Nintendo Switch e um Xbox One. Apaixonado por animes e Cachorros. Quem quiser me add na Live: EDU4RDO_H

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