Review – SNK Heroines: Tag Team Frenzy
Desde seu primeiro trailer, SNK Heroines: Tag Team Frenzy mostrou para que veio ao mundo: apresentar um novo jogo de luta, focado nas garotas mais conhecidas da franquia e utilizar o fanservice sem pudor. Diferente de alguns jogos de luta onde o fanservice costuma ser pano de fundo, SNK Heroines leva isso para um tom mais bem humorado sobre como apresentar um jogo de luta que não só nos mostra uma grande gama de customização de personagens como também tem um gameplay um pouco diferente dos jogos anteriores.
Um jogo bem inusitado mas divertido…
[youtube_sc url=”https://www.youtube.com/watch?v=bC1WWVl5rDk”]Para os leigos sobre The King of Fighters, essa franquia começou com The King of Fighters `94 e não só juntava muitos personagens de outros jogos da SNK como Fatal Fury, Art of Fighting, Psycho Soldier e Ikari Warriors, como também nos apresentava vários personagens originais. Com o passar dos anos, o elenco de personagens só aumentava, alguns continuando e outros saindo para voltar em edições futuras da franquia.
Em sua edição mais recente – KOF XIV – fomos apresentados a muitos personagens novos, resgatou personagens de franquias conhecidas como Nakoruru de Samurai Shodown e até mesmo alguns que o Ocidente nem conhecia bem, como Love Heart e Mui Mui dos jogos de pachinko Sky Love e Dragon Gal, respectivamente. Com o sucesso dessa versão que ajudou a revitalizar o nome da franquia, é normal que muitas empresas façam jogos alternativos e SNK Heroines se trata justamente disso.
História
SNK Heroines começa nos mostrando que duas garotas foram selecionadas por uma voz misteriosa para estar naquela mansão e que estavam presas em uma dimensão de bolso por essa mesma voz misteriosa e que o único jeito de se libertarem seria derrotando as outras adversárias, igualmente raptadas, para conseguir a liberdade.
Para quem já jogou KOF XIV reconhecerá a pessoa misteriosa como Kukri, na qual dessa vez tem um plano de reviver uma entidade ancestral utilizando a energia do desespero dessas mesmas lutadoras selecionadas por ele. Conforme as lutas se desenrolam, ele explica um pouco mais sobre o plano dele, mas após ser derrotado, ele perde o controle da dimensão portátil e tudo desaparece misteriosamente. As lutadoras acordam de um sonho, levando a crer que a dimensão de bolso não seria um lugar físico mas sim, interligada a mente das lutadoras (talvez isso explique como Kukri conseguiu colocar Terry Bogard como uma mulher nesse jogo).
Por ser um jogo considerado spin-off, não devem abordar mais a fundo a respeito dessa entidade comentada por Kukri – talvez o motivo dele ter entrado no torneio The King of Fighters seria para conhecer melhor os lutadores para selecionar alguns para esse propósito? Ou será que tudo não se passava de um sonho pervertido de Kukri e no fundo não havia entidade nenhuma mas sim a possibilidade dele visualizar as lutadoras em ângulos diferentes, como acontece em algumas cutscenes? Bom, só o tempo dirá.
Gráficos
Visualmente falando, SNK Heroines é bem bonito em seus modelos 3D. Pode não ser o jogo de luta mais trabalhado atualmente, mas existe muito esmero em seu visual, especialmente se lembrarmos que o jogo nos concede uma customização legal, com cada lutadora possuindo três fantasias com quatro cores diferentes e vários itens extras para adicionar ao visual final.
Os cenários são muito bonitos e temos muitos efeitos acontecendo na tela, especialmente quando as lutadoras atacam com bichinhos, flores e comidas aparecendo na tela em cores bonitas e brilhantes. Por se tratar de um jogo mais simples do que The King of Fighters – o que nota-se que é a proposta dele, consegue cumprir bem seu papel sem problemas.
Jogabilidade
Os comandos são bem simples, usa-se o botão X para golpes fracos, Y para golpes fortes, B para efetuar um agarrão, o botão A para realizar golpes especiais, o botão L para se defender, o botão R para usar um Dream Finish e o ZR faz você trocar de lutadora. Aqui entra um assunto muito importante, mas também muito curioso e que pode ser a estranheza de alguns. Os golpes especiais, os que costumeiramente fazíamos com comandos “tradicionais” de arcade foram todos substituídos pelo botão A e usando junto o direcional.
Com o botão A neutro se faz um golpe especial, Baixo+A outro golpe, Frente+A outro golpe e assim por diante. Alguns podem estranhar, outros não (especialmente os acostumados com Super Smash Bros), mas isso adiciona muita praticidade. Isso pode dificultar na hora de um combo, mas com a devida prática e raciocínio rápido, se consegue fazer combos de 7 ou mais hits que podem ser devastadores nesse jogo. Assim como outros jogos orientados para usar combos como Dragon Ball FighterZ, Marvel vs Capcom e o próprio The King of Fighters, dominar os combos é a chave para a vitória e nesse jogo não é diferente.
Outro diferencial nesse jogo são os Dream Finish. Uma barra colorida e brilhante se enche conforme passa o tempo, lhe permitindo usar os famigerados Desperation Moves. Estes são usados da mesma maneira dos golpes especiais, resumindo-se a usar o R ou Baixo+R (algumas vezes usando o R enquanto pula ativa outro Desperation Move). Uma luta só pode ser encerrada se o inimigo, após estar com a energia no vermelho, sofrer um Dream Finish. Se o adversário tiver sua barra de vida zerada, a lutadora ficará tonta por alguns segundos até recobrar a consciência e a partida retomar de onde parou. Se o adversário não usar um Dream Finish a tempo, pode ser sua chance de virar a mesa e levar o oponente a nocaute usando seu próprio Dream Finish.
[youtube_sc url=”https://www.youtube.com/watch?v=5m1XF-SJW_E”]Mais um diferencial desse jogo é a própria barra de vida. Diferente da grande maioria dos jogos onde você controla dois ou três personagens, em SNK Heroines, a barra de vida é compartilhada entre as duas lutadoras! Sendo assim há um gerenciamento bem maior de personagens do que meramente “deixar uma apanhar até perder para usar a outra”. Isso lhe força a trocar de lutadora periodicamente, especialmente quando sua barra colorida estiver baixa, o que diminui a eficácia dos seus golpes realizados com o botão A.
Outro ponto divergente para alguns, são os itens. Lanternas amarelas aparecem flutuando em alguns pontos do cenário, se você acertar uma dessas lanternas com um golpe, você ganha um item que pode ser visualizado perto da sua barra de vida. Este é um outro diferencial que pode mudar os rumos do combate, pois um item bem utilizado pode recuperar sua vida, invocar uma bola de ferro gigante que acerta o adversário, sendo muito útil para quebrar combos inimigos, molas para jogar o oponente para o alto e até outros efeitos como embaralhar a tela como um mosaico.
Essa opção pode ser desligada nas opções do jogo, então não seria um problema para veteranos não acostumados ao uso de itens no cenário, mas como isso não é obrigatório, não vejo como um complicador nesse assunto. Como podem ver, esse jogo é muito mais do que ser uma versão simples de um jogo de luta, ele tem suas próprias regras e opções que podem torná-lo tão difícil quanto qualquer outro The King of Fighters.
Música
Pra quem é veterano da franquia, vai curtir muito as músicas já conhecidas com uma nova remixagem, pra quem não conhece, pode ser a chance de curtir novas músicas que se tornam memoráveis com cada personagem.
Personagens
Com um elenco de 14 lutadoras, o jogo surpreende com velhas conhecidas da franquia, agora usando novas roupas e algumas roupas bem diferentes do que esperávamos ver em um jogo oficial da franquia. Mesmo antes da DLC ser anunciada, ficava claro que havia espaço para mais lutadoras poderem dar o ar da graça e com a confirmação de Thief Arthur para o jogo, parece bem clara a escolha da SNK em colocar várias outras personagens também para aparecer no jogo, o que ajuda a revitalizar o jogo com novas adições sendo feitas periodicamente, o que ajudou muito em jogos como Dragon Ball Fighterz.
*Fala sério, cabem mais umas 12 personagens facilmente nessa tela de seleção!
Customização
A customização é algo muito bem explorado no jogo. Não só no quesito de mudar o visual original da personagem (lembrando que cada uma tem três fantasias diferentes com quatro cores disponíveis cada), mas de incluir coisas novas como chapéus, maquiagens diferentes, acessórios no rosto, presilhas, cintos, algemas, asas, caudas e muito mais. Além disso também pode-se customizar o tom de voz e até mesmo. Utilizando o conteúdo que pode ser comprado com moedas de jogo, pode-se memorizar até três customizações. Talvez com as futuras DLCs, tenhamos mais acessórios disponíveis para as lutadoras.
Conteúdo Extra
O jogo também vem com uma Galeria contendo artworks, imagens usadas no final de cada personagem, um “pôster” especial caso tenha jogado com uma dupla em específico, visualizar vídeos e cutscenes vistas antes e conta até mesmo com um modo Fotografia, na qual você pode usar uma das lutadoras (incluindo em uma de suas customizações salvas) para registrar em poses que vão desde meigas a até provocantes, podendo também alterar um pouco a expressão facial e o fundo do print. Dá para perder uns bons minutos se dedicando a escolher a pose, acessórios, fundo e muito mais.
Modo Online
Até o fechamento desse review, não havia sido testado o modo online mas se for realmente diferente de como é a experiência do single-player, esse review será atualizado com devidas informações a respeito.
Nota Final
O Nintendo Switch atualmente se encontra com uma boa gama de jogos de luta, pode não ter todos os que já estão no mercado ou que devem chegar em breve – o que é compreensível já que uma parcela desses jogos foram criados antes de sair o Switch e mesmo assim ainda temos boas opções no mercado. Como ainda não fomos agraciados com uma versão recente de The King of Fighters para o Switch, considero que SNK Heroines: Tag Team Frenzy cumpre bem seu papel, apesar do visual colorido, itens e visuais risquè que alguns podem torcer o nariz, o jogo cumpre muito bem o seu papel e pode ser tão complicado em sua simplicidade quanto qualquer outro jogo de luta.
Prós:
- Customização muito variada, incluindo até mesmo tons de voz e acessórios extras;
- Com comandos simples, você não precisa memorizar uma longa lista de comandos para realizar golpes especiais, bastando alguns poucos botões;
- Visuais belos e músicas cativantes;
- Terry Bogard como mulher, quem imaginaria isso?
Contras:
- Mesmo com Thief Arthur vindo aí e outra personagem anunciada, 12 personagens selecionáveis inicialmente, faz com que haja uma variedade muito curta de opções a se jogar, mesmo podendo customizar as lutadoras.
- A falta de golpes rasteiros pode dificultar o modo como muitos sabem jogar, além de causar estranheza em alguns sobre como os golpes são realizados e também os itens que aparecem no combate (mesmo podendo ser desligados se desejar).
- O visual risquè pode ser “agressivo” para alguns, que também podem torcer o nariz para o jogo, mesmo sendo um bom jogo de luta.
Nota Final
8 / 10
Análise feita por Ismael Marinho.