Cobertura BGS 2014 – Toren: A espera valerá a pena?

Em desenvolvimento desde 2011 pela Swordtales, o jogo foi o primeiro a conseguir apoio da Lei Ruanet. O projeto conseguiu uma arrecadação de imposto de empresas pela lei em um total de R$ 370 mil.
Foi muito animador quando pude experimentar pela primeira vez o jogo Toren, que tinha uma demo disponível rodando em um PC, aliás, é a grande promessa considerado “o grande jogo brasileiro”, premiado com uma Menção Honrosa no Independent Games Festival, “Melhor Jogo de PC” no E-Games Awards, foi finalista na categoria Art Design no IndiePub e na premiação do Brasil Game Show.
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Todos os monitores que estavam rodando a demo estavam com brilho em excesso, achei que era o equipamento, mas ao perguntar para um representante da produtora, ele me informou que era uma das características do período diurno do jogo. Caso seja isso mesmo, espero que corrijam até a versão final, pois certamente isso tirou um pouco da beleza do jogo.
Assim que os logotipos do Ministério da Cultura e da Lei Rouanet se foram, a demo começava com uma breve introdução e logo em seguida pude controlar protagonista Moonchild, em suas várias versões bebê, criança/adolescente e adulta.
Comecei controlando a protagonista adulta e logo em seguida a Moochild bebê no qual você apenas movimenta a pequena criança inábil até determinado local. Já com a Moonchild criança/adolescente pude empunhar uma espada, correr, pular e explorar os ambientes.
E é aí que os problemas começaram… Quando tive que mover a personagem pelo ambiente, claramente pude perceber que o jogo precisa de muito polimento. A personagem parecia não encostar de fato no chão para caminhão, o pulo era desproporcional e sem previsão alguma sobre distância, dando a impressão que foi programado para que você conseguisse chegar do ponto A ao ponto B, não importasse a distância.
Quando a espada de Moonchild atingia os pequenos monstros que rondavam a torre, não recebia nenhum feedback sobre o sucesso ou insucesso do meu ataque, nenhum som ou vibração no controle, nada. Tudo que me restava era brandir a espada até os seres sumirem.
A direção artística do jogo tem características bem peculiares e interessantes, pois mesmo tendo cores vivas foi possível notar uma melancolia mística na construção dos cenários e na trilha sonora. É uma pena que esse espírito não consiga ser transmitido em sua plenitude graças a uma modelagem 3D limitada, dando a impressão de falta de capricho.
Os puzzles apresentados durante a demo também não inspiram muito, parecem simples demais e a falta de orientação durante o jogo forma um vazio, tive explorar o ambiente sem motivos aparentes até que eu achasse uma coroa para que eu pudesse tirar o dragão do meu caminho.
Por ser um jogo tão esperado da cena indie brasileira, inspirado em Zelda e Shadow of the Colossus, em desenvolvimento há tanto tempo e que ainda contou com o apoio do Lei Ruanet, enfim, uma grande promessa, eu esperava mais de Toren a essa altura do campeonato.
Tudo ainda se trata de uma demo e muita coisa pode ser aperfeiçoada até o lançamento do jogo.
Os jogos indie brasileiros já chegaram em um patamar de excelência no qual temos mesmo que prestigiar. Jogos como TowerFall e Aritana estão buscando seu lugar ao sol e mesmo com dificuldades durante o desenvolvimento e a ausência de apoio da Lei Ruanet, se destacaram pela sua qualidade. Torço muito para que Toren tenha a mesma trajetória, porém, para que isso aconteça, algumas correções são imprescindíveis até o lançamento.
Toren deve sair no começo de 2015 para PC e PS4.